Lipedema é o acúmulo anormal de gordura nos membros inferiores, levando ao comprometimento estético, edema e dor, muitas vezes confundido com edema devido à insuficiência venosa ou ao edema linfático.
Lipedema
Geralmente apresenta um componente genético, herança dominante ligada ao cromossomo X ou autossômica dominante (16 a 64%)
É uma doença relativamente comum, frequentemente associada ao sexo feminino, cuja prevalência estimada está em torno de 10 a 15%.
O mecanismo ainda é incerto a respeito de sua patogenia porém estima-se que uma alteração microangiopática, isto é, uma alteração em vasos muito pequenos, capilares, localizados no tecido adiposo seja responsável pelo aumento da permeabilidade vascular a proteínas que em última instância causariam um processo inflamatório na gordura adjacente causando edema e liberando mediadores inflamatórios responsáveis pela dor. Além disso a própria proliferação anormal de adipócitos poderia levar a uma redução na drenagem linfática seja por processo inflamatório ou por compressão dos vasos linfáticos.
O diagnóstico geralmente é feito pelo exame clínico. Caracterizado por um acúmulo de gordura que acomete os membros inferiores de forma simétrica poupando os pés. O edema geralmente não melhora com a elevação dos membros, há uma facilidade para desenvolvimento de hematomas, os pacientes referem dor nos membros inferiores que piora com a compressão local.
A doença pode ser dividida didaticamente em estágios:
Estágio I:
A pele é lisa e suave, há um aumento do tecido adiposo porém sem irregularidades.
Geralmente o edema e a dor melhoram com o repouso e a elevação dos membros.
Estágio II:
A pele apresenta irregularidades – “celulites”
Pode estar presente eczemas – manchas avermelhadas que causam prurido (coceira) e descamação da pele.
Há uma melhora parcial dos sintomas com repouso e elevação dos membros.
Estágio III:
O tecido conjuntivo encontra-se endurecido, chamamos de fibroesclerose.
O edema é uma constante, há acúmulo localizado de gordura.
Medidas como elevação dos membros e repouso são ineficazes. Há necessidade de terapia específica orientada pelo médico especialista para melhora dos sintomas.
Estágio IV:
Fibroesclerose e edema persistentes.
Está associado a um acúmulo localizado e desordenado de gordura.
Há um linfedema persistente e associado: linfo – lipedema.
Resposta parcial mesmo com terapia específica
Tratamento:
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico.
Reeducação alimentar com perda de peso e atividade física.
Uso de meias compressivas ou bandagens.
Uso de flebotônicos
Drenagem linfática – Terapia miolinfocinética.
Lipossucção com anestesia local intumesceste com microcânulas associado à vibração, ou mais recentemente , ao laser.
Em casos mais avançados, com linfedema e grandes deformações, pode ser necessário cirurgia para retirada dos tecidos em excesso.
